nessa edição:
o não-aprendizado de 2023.
updates de final de ano.
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esse email ficou bem longo, o ideal é clicar em “view in browser” ou “read in app” para ler completo, principalmente se você é assinante e portanto recebeu a versão completa.
aqui estou, escrevendo essa edição de um café em minha cidade natal. tentando emular a situação que mais me inspira escrever. um estabelecimento descoladinho, um dia nublado (a deusa ajudou com essa), pessoas à minha volta conversando, fones de ouvido para não ouvir a conversa das pessoas, um café coado no v60.
finalmente encontrei um canto "creator friendly"em Araçatexas.
desse ano, por mais que eu tente, não consigo extrair um grande aprendizado. nenhum novo conhecimento se consolidou como consciência aqui. nada novo sob o sol. apenas confirmações de coisas que eu desconfiava, ou já havia lido nos livros.
esse período foi muito mais sobre encerrar da melhor maneira possível (a única forma possível) muito do que eu havia começado, do que começar coisas. o que me faz sentir que 2024 pode ser um ano de muitas novas frentes.
mas tem algo, sim, que foi plantado em um canto do meu coração. uma semente: a percepção ainda impalpável, ainda imaterial, de que o desejo tem um papel muito maior na felicidade do que eu ingênua e virginianamente acreditava.
os dois últimos anos foram de constatações que viraram minha percepção de mundo de cabeça para baixo. em 2022 eu entendi que meu papel no mundo não era ser útil, e sim ser feliz. isso eu entendi dentro das minhas veias, com cada uma das minhas células. mas pensar que meus desejos estão na essência da minha felicidade, que eles podem/devem me guiar, me dá vertigem. me sinto em um brinquedo de parque de diversões. de cabeça para baixo, como comentei.
"mas, Ananda, na sua concepção de mundo, qual era o papel dos desejos então?" — você pode estar se perguntando. e esse é o ponto onde eu me sinto olhando para o abismo. simplesmente não refleti muito sobre isso nos últimos 10 anos.
li a maioria dos livros sobre o funcionamento da mente, livros cabeçudos, livros de auto ajuda. eu me formei em um dos sistemas de conhecimento mais antigos, a yoga tradicional. assim como estudei a sabedoria das eras e a astrologia hermética. eu estudei manipulação de energia e magia. fiz leitura dos meus registros akashicos e sou analisada toda semana por uma psicanalista(!) mas não, nunca pensei sobre o conceito de desejo tão profundamente como agora.
e sabe o que isso significa?
quando eu — que penso sobre absolutamente tudo, que reflito sobre a vida com certa obsessão — bloqueio algo da minha mente, é porque existe uma verdade-queda-livre na qual preciso me jogar. e sinto que precisava muito disso, um novo desafio, um novo foco, algo novo para entender e para busca.
enquanto ando pelas ruas dessa cidade onde cresci com o desejo ardente de ir embora, sem pensar nem por um segundo que esse desejo me movia, sinto os créditos finais subirem.
acho que 2023 foi como aquele episódio no final de uma temporada da sua série preferida onde estranhamente acontece algo que você não esperava. você se se pergunta porque algo novo se apresenta no EP15, depois de tudo resolvido. você torce para o novo mistério ser solucionado antes daquele episódio acabar, mas o roteirista tem um plano melhor. a tela escurece e você sabe que vai ter que esperar para ter suas respostas.
então é isso, cara leitora. te vejo na próxima temporada.
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